Espanhol cria lâmpada econômica e duradoura e é ameaçado de morte. Confira!
Você já ouviu o termo “obsolescência programada”? Trata-se da
denominação usada para tratar a data de validade de produtos que
poderiam durar muito mais — ou você acha normal que, depois de um ano de
compra, aquele seu celular comece a dar problemas? Se você já sentou
para conversar com a sua avó a respeito de como eram as coisas no tempo
dela, provavelmente já a ouviu falar que antigamente tudo durava mais:
de casamento a geladeira.
O que mudou foi a percepção que muitas empresas adquiriram de que, a
partir do momento em que algo estraga, um substituto mais novo vai ser
comprado e, pela lógica, quanto mais venda, mais lucro. É aí que entra o
trabalho do espanhol Benito Muros, que ficou intrigado ao saber a
respeito de uma lâmpada que funciona há mais de 110 anos sem nunca ter
sido desligada, em uma sede do Corpo de Bombeiros em Livermore, na
Califórnia, EUA.
Muros fundou então a empresa Sem Obsolescência Programada (SOP) e,
depois de estudar a misteriosa lâmpada na Califórnia, descobriu que é
possível criar bens duráveis. Em entrevista publicada no portal Terra,
ele afirmou que “o consumo de nossa sociedade está baseado em produtos
com data de validade. Mudar isso suporia mudar nosso modelo de produção e
optar por um sistema mais sustentável”.
O conceito de sustentabilidade, que inclui o uso devido de recursos
naturais e a preservação do meio ambiente, pode ser entendido nesse caso
já que a criação da SOP propõe a utilização de uma lâmpada que dura
mais de 100 anos e que tem 25 de garantia, gerando menor número de
lâmpadas queimadas descartadas, diminuindo o consumo de energia em 92% e
a emissão de CO2 em 70%.
Ofertas e ameaças
A venda do produto – que custa 37 euros, o equivalente a 102 reais – não
é interessante para muitos fabricantes de lâmpadas ao redor do mundo.
Muros diz que chegou a receber ofertas grandiosas para tirar o item do
mercado e, como negou, está sendo ameaçado de morte. Apesar disso, ele
continua trabalhando na SOP e divulgando sua ideia.
Algumas das principais vantagens da lâmpada criada por Muros: não
corre o risco de queimar, mesmo que o interruptor seja ligado e
desligado várias vezes consecutivas; não produz zumbidos; consegue
funcionar em temperaturas de até -45 ºC; são recicláveis e livres da
presença de metais pesados.
Uma das curiosidades mais interessantes é que essa lâmpada não fica
quente, como a maioria das que você conhece; as lâmpadas convencionais
gastam 95% da energia que consomem para produzir calor e, para iluminar o
ambiente, sua principal função, apenas 5%. E aí, o que você acha dessa
história?