Com doença auto-imune, mulher tatua cabelos na cabeça. Confira!
Cansada
de usar lenços e chapéus para esconder a falta de cabelos por conta de
uma doença auto-imune, Alzira Cristian Meira Ramos, 50 anos, moradora
do município de Ibitinga, localizada a 360 km de São Paulo, decidiu
tomar uma atitude drástica e permanente. Ela sofre de lúpus sistêmico
que, em seu caso, ataca a pele e os cabelos. Após pensar bastante no
caso, ela tomou coragem e decidiu fazer uma tatuagem na cabeça, como se
cabelos naturais estivessem saindo de seu couro cabeludo.
“Sempre usei lenço, chapéus e cansei. Fiz essa tatuagem em julho deste ano. Tinha vistouma
modelo que havia feito com rena e mostrei a foto para o Ximba
(tatuador), que fez a tatuagem ficar perfeita. Amei o resultado.
Melhorou 70% minha auto-estima. Quando você sai careca na rua as pessoas
têm preconceito, mas assim todo mundo acha lindo”, afirmou Alzira.
O
autor da obra de arte foi o tatuador Leandro Manchini de Souza Lima,
30 anos, no ramo há nove anos. Apelidado de Ximbica, ele possui um
estúdio chamado Ximba Tattoo e admitiu que foi o trabalho mais diferente que já fez em toda sua carreira.
“Foi
difícil por um lado porque foi muito trabalhoso, demorado. Foram
quatro horas para riscar o desenho e outras seis horas para pintar. Ela
quis fazer em duas sessões, foi muito corajosa”, afirmou Leandro,
ressaltando que o lado sentimental da história faz com que a tatuagem
se torne ainda mais dolorosa.
“Ela
estava bem sensível e chorou um pouco durante as sessões. Ela estava
bem pra baixo e hoje você vê que ela mudou totalmente o jeito de ser.
Onde ela vai, chama atenção, ainda mais em uma cidade pequena como
essa”, completou o tatuador.
Leandro
afirmou ainda que chegou a duvidar que Alzira fosse fazer a tatuagem,
mas que ficou surpreso quando ela confirmou a presença. “A princípio
fiquei meio em dúvida, não botei muita fé. Por ela ser mais velha e pelo
lugar que era (cabeça), um lugar bem sensível e por já estar sensível
por conta da doença. Mas quando ela confirmou e marcou horário vi que
era sério e me comprometi. Gostei muito de fazer, não pela parte
profissional, mas por poder ajudá-la”.
Alzira
disse que espera que isso sirva de incentivo para que outras pessoas
façam o mesmo e gostaria de poder visitar os que possuem a mesma doença
para mostrar o trabalho. “Conversei com um sobrinho meu e ele disse que
eu deveria visitar outras pessoas. Tudo tem solução na vida. Fiz por
problema de saúde e adorei e acho que as pessoas deveriam fazer também. O
problema é que Ibitinga é muito longe e eu não posso tomar sol, por
isso nunca visitei outras pessoas que sofrem com isso”.
Para
ela, a tatuagem além de aumentar sua auto-estima, fez também com que
sua feminilidade fosse recuperada. “Para uma mulher, perder o cabelo é
como perder a feminilidade. Consegui recuperar um pouco disso, agora é
menos dolorido. Fiquei exótica”, completou, aos risos.